« Not to Scale, de Tim Etchells e Ant Hampton, junta dois espectadores num ato íntimo de criação compartilhada. »

- The Irish Times



Not to Scale é um espetáculo de autoteatro  que leva duas pessoas participantes a partilharem experiências e processos entrelaçados de desenho, apagamento e escuta. Com uma banda sonora a servir de guia, cria-se uma viagem partilhada usando lápis e papel. Rabiscos toscos cedo ganham vida numa cómica e inquietante narrativa ilustrada que joga constantemente com a tensão entre criação e destruição, vida e morte, energia e entropia. Histórias, imagens e ideias aparecem e desaparecem constantemente na página, e começam a desdobrar-se num carnaval lo-fi de possibilidade.



de Francisco Frazão:

"A peça Not to Scale de Ant Hampton e Tim Etchells começa não com uma mas com duas páginas em branco: uma para cada participante neste espectáculo onde não há diferença entre público e intérpretes. Para acontecer, precisa apenas de alguma tecnologia antiga: folhas de papel; lápis e borrachas; iPods com auscultadores (com a voz da Terry O’Connor dos Forced Entertainment na versão inglesa, ou da Joana Bárcia na versão portuguesa); e duas pessoas. Da interacção destes elementos vão aparecer e desaparecer cenas que se lêem como frases, riscos que condenam e que salvam, pássaros falantes, retratos indistinguíveis dos originais, fogo (de artifício?), olhos que não dormem. E tudo isto sem que seja preciso saber desenhar: basta ouvir e seguir as instruções.

A anterior colaboração destes artistas, The Quiet Volume, apresentada pela Culturgest/Alkantara há dez anos na Bilioteca Nacional, era uma pequena obra-prima (pequena por causa da escala: também era para duas pessoas de cada vez). Perdíamo-nos na leitura, como quem se embrenha num livro de onde não quer sair, mas também como quem vê pouco a pouco a linguagem fugir-lhe, instável, debaixo dos olhos.

E, tal como agora em Not to Scale, a página era um palco. Que não haja dúvidas: por mais que se cruzem outras artes, é sempre de qualquer coisa performativa que se trata, uma tarefa executada e testemunhada pelo corpo em directo, uma coreografia a dois. Not to Scale é talvez mais minimal, mas também mais lúdico. Como num espectáculo dos Forced Entertainment, as histórias interrompem-se e transformam-se umas nas outras, tudo sempre à beira de descambar. Estamos talvez numa espécie de infância, com medo da noite que aí vem: invenção e destruição são lados diferentes da mesma folha de papel."


Criação Tim Etchells e Ant Hampton 

Desenho de som e edição Ant Hampton 

Voz da versão inglesa Terry O’Connor

Voz da versão portuguesa Joana Bárcia 

Produção Ana Riscado 

Tradução Francisco Frazão 


Gestão Danila – Freitag Agency for the Performing Arts 

Difusão e assistência de produção Anna Chwialkowska 

Coprodução Access Point, Dublin Theatre Festival, Teatro do Bairro Alto, Noorderzon Festival 

Agradecimentos Isambard Khroustaliov e Lothar Ohlmeier por autorizarem a inclusão de samples do seu álbum Nowhere 

Coapresentação Brotéria e Teatro Viriato 
















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